terça-feira, 30 de outubro de 2007

Coletiva Bráulio Wanderley


“ O grande problema do PT foi ele mesmo, porque colocamos no imaginário popular que todos poderiam erra menos o Partido dos Trabalhadores. Mas esquecem que o ser humano é passível de erro, antes de sermos um partido, somos humanos.” , disse Bráulio Wanderley durante entrevista coletiva concedida a alunos do Curso de Comunicação Social do 4º e 8º período da UNEB . Durante as 4 horas de entrevista o pernambucano militante da esquerda socialista mostrou firmeza e clareza no que dizia.

Bráulio Wanderley mostrou toda a sua admiração pelo partido que esta filiado há 10 anos, O Partido dos Trabalhadores. “ Se eu acredito no PT ? Acredito! Não era o governo que eu esperava , com indícios de corrupção, esse tipo de postura para mim é inadmissível, mas acredito no meu partido”, afirmou Bráulio.
Questionado sobre a atual crise por que passa o partido ,justamente durante o governo de um dos seus principais integrantes Luiz Inácio Lula da Silva(presidente da República), Bráulio foi incansável a defender a ideologia do PT , muitas vezes de forma até utópica. O militante usou como escudo o socialismo , a essência do PT , defendeu a existência da unidade da legenda e mostrou-se contrário a essa tendência que o partido segue atualmente. “ O partido virou um diário oficial da União”, afirmou ele. O socialista destacou que a sociedade esta generalizando milhares de partidários através de meia dúzia de pessoas que não respeitam a ética política, “o fato é que agora, depois de assumir a presidência , o PT deixou de ser pedra, para ser vidraça ” destacou Braulio . O entrevistado assinalou ainda que essa idéia de fragmentação e de perda de identidade é conseqüência da ânsia do PT em ampliar ao máximo as alianças do partido em 1995, durante a eleição de José Dirceu para o Diretório Nacional . Segundo Bráulio essa movimentação contribuiu para a sensação de fragmentação por que no Brasil não se tem a tradição de uma política partidária e sim, personalista.

Bráulio respondeu ainda aos questionamentos voltados para realidade política de Juazeiro . Sobre o assunto, o petista salientou que a política do município tornou-se um poço de vaidade e biporalidade, vota-se ou em Misael ou em Josefhe. “ As pessoas aqui não votam no partido, votam na pessoa. A política do Vale não deveria ser feita fora do partido, nem com nepostismo”, enfatizou. Bráulio Wanderley , petista em essência, concluiu a coletiva tecendo comentários sobre os elementos que na sua opinião contribuem para o PT seja diferente de outras legendas : “ No PT os militantes filiados possuem liberdade, tanto de defender quanto de tecer criticas ao próprio partido”,finalizou.



Na reflexão sobre a informação na era atual faz-se necessário primeiramente ressaltar as mudanças que o caráter volátil das novas tecnologias digitais tem proporcionado as comunicações. Que além da velocidade na informação promove mudanças na forma de integração entre pessoas, nas suas relações que se estreitam e na interferência no espaço , tempo . Esquece-se das possibilidades de acesso e capacitação de uso para esses novos produtos , fato que auxilia a formação do abismo entre as classes sociais e a divisão social citada por Juciano de Sousa Lacerda em “A comunicação digital e os desequilíbrios e esperanças em torno da definição de uma Sociedade da Informação: experiência latino – americana”. Antes de destacar as contribuições e mudanças que essas novas tendências trouxeram a produção da comunicação e o ambiente social deve-se fazer menção a essa tal Sociedade de Informação. O termo é considerado por Abdul Waheed Khan subdiretor geral da ONU para Comunicação e Informaçaõ como sendo: “...A Pedra angular da sociedade do conhecimento, que relaciona a sociedade do conhecimento e inclui uma dimensão de transformação social, cultural, econômica, politica e insittuicional, assim como uma perspectiva mais pluralista e de desenvolvimento economico e social”. Essas moficicações destacadas são conseguencias da digitalização das “redes” fenômeno que Jusciano de Souza faz questão de frizar , ja existia antes mesmo do caráter digital.


O processo de formação dessas redes é mencionado inclusive por Maria da Gloria Gohn em Midia, Terceiro Setor e MSt, em que a autora conceitua o sugimento do terceito setor. Voltando para as mutações propocionadas pelo adjunto do digital na comunicação, cita-se a inversão de valores , a aproximação entre pessoas e um novo formato de informação tando em sua produção quanto no consumo.
No ambiente virtual considerado por Pirre Levy [1], as produções correm fora do eixo da midia de massa, existe uma maior possibilidade de contestar informações e até de produzi-la livremente, espaços como os Blogs por exemplo abrem precedente para que qualquer individuo exponha seu ponto de vista em relação a um determinado assunto, sem medo de represarias ao mesmo tempo que oferece a possibilidade de ser comentada, esta aí a democratização da informação. Não podendo ser esta porém, considerada como “ verdadeira democratização da informação”, haja vista que, apesar da sua aparente sensação de liberdade nem todos tem acesso a ela. Questão aliás colocada por Manuel Castells [2] na obra de Juciano de Souza, o sociólogo aponta como sendo uma das causas para a divisão digital o nivel de educação dos potencias usuários das novas tecnologias : “ Essa capacidade de aprender a apreender , essa capacidade de saber o que fazer com que se aprende; essa capacidade é socialmente desigual e esta ligada a origem social, a origem familiar, ao nivel cultural, ao nivel da educação”. O sociólogo ainda acrecenta que por mais esforços que haja por politicas públicas essa parcela de “ pessoas excluidas” jamais seriam capazes de se apropiar dessas tencnologias, Jusciano Souza discorda dessa ideia e acredita que esses limites podem ser vencidos. Talvez! A internet está de fato oferencendo um espaço para a contra – informaçao de forma tímida, mas real .
A atenção deve ser voltada para ponto que onde avalia-se o acesso da minoria; a questão referente a detenção do poder nas mãos de poucos, nós faz retroceder a uma velha historia, a do processo do surgimento da televisão brasileira. A ambiente virutal oferece a oportunidade de criar sem amarras, mas a possibilidade de capitação ainda esta nas mãos de poucos , os limitados processos voltados para a inclusão digital além de superar a morosidade e a burocracia para vigorar passam ainda á prova do boicote e da corrupção. A matéria veiculada pelo jornal Folha On Line mostra um indício dessa realidade. O texto traz a informação de que uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União onde foi identificada a existencia de fraudes na implantação de projetos de inclusão digital que referiam- se a instalaçao de computadores conectados à internet em salas de acesso público e em ônibus para atendimento à população de baixa renda, as perdas chegariam a 57,1 por cento ( 6,5 milhões ).
Por ainda exisitr no Brasil esse tal “jeitinho”( de querer lucrar seja de forma licita ou ilicita ) é que se faz necessário explorar , divulgar e criar novas possibilidades, utilizar a própria internet como instrumento de denúncia , adaptando a ferramenta para o uso no seu proprio processo de “ verdadeira democratização de produção e de acessibilidade ”.

[1] Virtuallização: processo que reiventa uma cultura nômade, não por uma volta ao paleolítico ...mas que faz surgir um meio de interações sociais onde as relações se reconfiguram com um mínimo de inércia. LEVY, Pierre, O que é o virtual ( 2001).

[2] Professor de comunicação, titular da cadeira Wallis Annenberg de comunicação, tecnologia e sociedade da Annenberg School for Communication, da Universidade de Southern California, em Los Angeles, Estados Unidos. Diretor do Projeto Internet Catalunya, da Universidade Oberta da Catalunha, Barcelona, Espanha. Autor, entre outros, de A Era da Informação (3 vol.), Ed. Paulinas, 1989. São Paulo

Resenha sobre o texto: A internet e o novo papel do jornalista ( Inês Mendes Moreira Aroso)

“Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderá persistir num ofício tão incompreensível e voraz, cuja obra se acaba depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não permite um instante de paz enquanto não se recomeça com mais ardor do que nunca no minuto seguinte’’, Gabriel Garcia Márquez exemplifica bem o papel do jornalista . Que acrescento ainda ser um profissional com o compromisso eterno de informar e dedicar-se a noticia seja no radio, televisão, impresso ou mídia digital. E é sobre esse agente voltado ao jornalismo digital ( em multimeios) .
No artigo “ A internet e o novo papel do jornalista “ Inês Mendes Moreira Aroso traz pensamentos de teóricos que em 2000, 1999 e 1997 deparavam-se com a expansão dos trabalhos da comunicação, na mídia digital. O medo do desconhecido estimulava previsões de que a atividade jornalística chegaria ao fim e de que haveria mudanças radicais na execução da profissão.
As mudanças ocorreram de fato, estando perceptíveis na atual necessidade de manusear ferramentas de uma mídia digital , como cita Doug Millison (1999, apud Mendes, Inês) : “ Os jornalistas on line devem aprender algumas ferramentas básicas da Web: como usar a internet para pesquisar informação, programação básica da HTMl para saberem construir páginas WE, produção digital de áudio e vídeo e técnicas de programação na WEb relacionadas, para adicionar elementos multimídias ao texto jornalístico”. Ou seja , o jornalista na mídia digital tem que possuir pelo menos noção de manuseio dessas técnicas para que possam executar atividades nesse espaço . Chritopher Haper ( apud Mendes, Inês)coloca essa amplitude do campo de atuação do espaço virtual ( internet) quando exemplifica: “ Na edição eletrônica, o repórter leva consigo uma caneta, um bloco de notas, um gravador de áudio, uma maquina fotográfica digital e por vezes uma câmera de filmar de uso domestico”.
O jornalista da era digital teve de fato que adaptar-se as regras estabelecidas pelo Jornalismo Digita [1] indo de acordo com as exigências do web jornalismo (interatividade, hipertextualidade, personalização, multimidialidade, memória e instantaneidade). Mas as mudanças limitam-se ao espaço e ferramentas , posto que o papel milenar do jornalista permanece intacto . O de transpor a função de mero contador de fatos assumindo a postura de interprete da informação. Por acreditar na premissa apresentada anteriormente é que discordo das colocações de Pavlik ( apud Mendes, Inês) quando apresenta o que para ele são as três mutações no papel do jornalismo sofridas depois da utilização da Internet: “ O jornalista tem que ser mais do que contador de fatos, o papel do jornalista com interprete do acontecimento será expandido e em parte modificado e os jornalistas on line terão um papel central na ligação das comunidades”.Ora, o conceito apresentado por Palvlik como sendo uma mutação, ao meu ver, é a essência da atividades jornalística e não um elemento indicador de mudanças.
A internet possibilitou ao profissional ( independente) um espaço com mais liberdade, sem interferências das chefias administrativas ou do setor comercial. A internet apresenta-se com um ambiente amplo onde se discute idéias livremente. Com tamanha ferocidade que deu subsídios para questionar-se sobre um possível fim do profissional de jornalismo e a finalização do papel do gatekeeper, como destaca Jim Hall( 2001)( apud Mendes, Inês) : “ A partir do momento em que os leitores se tornam os seus próprios contadores de histórias o papel de gatekeeper passa , em grande parte , do jornalista para eles”. Nem todo aquele que escreve é jornalista, para adquirir tal especialização é necessário não somente ter uma boa escrita ou uma voz adequada (aveludada), precisa sim saber analisar os contextos, investigar e promover ligações entre a sociedade. Por esse motivo julgo ser relevante destacar que essa liberdade de produção oferecida no ambiente virtual não ameaça o papel do jornalista já que a informação noticiada necessita de credibilidade , de filtragem e de organização das tarefas itens aplicados de acordo com os critérios de noticiabilidade estabelecidos .
[1] Jornalismo digital é todo produto discursivo que constrói a realidade por meio da singularidade dos eventos, que tem como suporte as redes temáticas ou qualquer outro tipo de tecnologia por onde se transmitam sinais numéricos e que incorpore a interação com os usuários ao longo do processo produtivo. É uma das atividades que se desenvolve no ciberespaço (MACHADO, 2000, p.19 apud Schwingel , Carla, Jornalismo Digital da Quarta Geração).