terça-feira, 30 de outubro de 2007




Na reflexão sobre a informação na era atual faz-se necessário primeiramente ressaltar as mudanças que o caráter volátil das novas tecnologias digitais tem proporcionado as comunicações. Que além da velocidade na informação promove mudanças na forma de integração entre pessoas, nas suas relações que se estreitam e na interferência no espaço , tempo . Esquece-se das possibilidades de acesso e capacitação de uso para esses novos produtos , fato que auxilia a formação do abismo entre as classes sociais e a divisão social citada por Juciano de Sousa Lacerda em “A comunicação digital e os desequilíbrios e esperanças em torno da definição de uma Sociedade da Informação: experiência latino – americana”. Antes de destacar as contribuições e mudanças que essas novas tendências trouxeram a produção da comunicação e o ambiente social deve-se fazer menção a essa tal Sociedade de Informação. O termo é considerado por Abdul Waheed Khan subdiretor geral da ONU para Comunicação e Informaçaõ como sendo: “...A Pedra angular da sociedade do conhecimento, que relaciona a sociedade do conhecimento e inclui uma dimensão de transformação social, cultural, econômica, politica e insittuicional, assim como uma perspectiva mais pluralista e de desenvolvimento economico e social”. Essas moficicações destacadas são conseguencias da digitalização das “redes” fenômeno que Jusciano de Souza faz questão de frizar , ja existia antes mesmo do caráter digital.


O processo de formação dessas redes é mencionado inclusive por Maria da Gloria Gohn em Midia, Terceiro Setor e MSt, em que a autora conceitua o sugimento do terceito setor. Voltando para as mutações propocionadas pelo adjunto do digital na comunicação, cita-se a inversão de valores , a aproximação entre pessoas e um novo formato de informação tando em sua produção quanto no consumo.
No ambiente virtual considerado por Pirre Levy [1], as produções correm fora do eixo da midia de massa, existe uma maior possibilidade de contestar informações e até de produzi-la livremente, espaços como os Blogs por exemplo abrem precedente para que qualquer individuo exponha seu ponto de vista em relação a um determinado assunto, sem medo de represarias ao mesmo tempo que oferece a possibilidade de ser comentada, esta aí a democratização da informação. Não podendo ser esta porém, considerada como “ verdadeira democratização da informação”, haja vista que, apesar da sua aparente sensação de liberdade nem todos tem acesso a ela. Questão aliás colocada por Manuel Castells [2] na obra de Juciano de Souza, o sociólogo aponta como sendo uma das causas para a divisão digital o nivel de educação dos potencias usuários das novas tecnologias : “ Essa capacidade de aprender a apreender , essa capacidade de saber o que fazer com que se aprende; essa capacidade é socialmente desigual e esta ligada a origem social, a origem familiar, ao nivel cultural, ao nivel da educação”. O sociólogo ainda acrecenta que por mais esforços que haja por politicas públicas essa parcela de “ pessoas excluidas” jamais seriam capazes de se apropiar dessas tencnologias, Jusciano Souza discorda dessa ideia e acredita que esses limites podem ser vencidos. Talvez! A internet está de fato oferencendo um espaço para a contra – informaçao de forma tímida, mas real .
A atenção deve ser voltada para ponto que onde avalia-se o acesso da minoria; a questão referente a detenção do poder nas mãos de poucos, nós faz retroceder a uma velha historia, a do processo do surgimento da televisão brasileira. A ambiente virutal oferece a oportunidade de criar sem amarras, mas a possibilidade de capitação ainda esta nas mãos de poucos , os limitados processos voltados para a inclusão digital além de superar a morosidade e a burocracia para vigorar passam ainda á prova do boicote e da corrupção. A matéria veiculada pelo jornal Folha On Line mostra um indício dessa realidade. O texto traz a informação de que uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União onde foi identificada a existencia de fraudes na implantação de projetos de inclusão digital que referiam- se a instalaçao de computadores conectados à internet em salas de acesso público e em ônibus para atendimento à população de baixa renda, as perdas chegariam a 57,1 por cento ( 6,5 milhões ).
Por ainda exisitr no Brasil esse tal “jeitinho”( de querer lucrar seja de forma licita ou ilicita ) é que se faz necessário explorar , divulgar e criar novas possibilidades, utilizar a própria internet como instrumento de denúncia , adaptando a ferramenta para o uso no seu proprio processo de “ verdadeira democratização de produção e de acessibilidade ”.

[1] Virtuallização: processo que reiventa uma cultura nômade, não por uma volta ao paleolítico ...mas que faz surgir um meio de interações sociais onde as relações se reconfiguram com um mínimo de inércia. LEVY, Pierre, O que é o virtual ( 2001).

[2] Professor de comunicação, titular da cadeira Wallis Annenberg de comunicação, tecnologia e sociedade da Annenberg School for Communication, da Universidade de Southern California, em Los Angeles, Estados Unidos. Diretor do Projeto Internet Catalunya, da Universidade Oberta da Catalunha, Barcelona, Espanha. Autor, entre outros, de A Era da Informação (3 vol.), Ed. Paulinas, 1989. São Paulo

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